Variedades
do acará bandeira
Hoje
podemos encontrar mais de trinta variedades de acará bandeira,
indo do negro ao algino, muito diferentes da espécie selvagem, que é prateado
com barras negras verticais em seu corpo. É um peixe considerado resitente e
nao é muito exigente com a qualidade da água, sendo assim indicado para
iniciantes do aquarismo. É um peixe que se reproduz com certa facilidade em
aquários, bastando seguir alguns parâmetros essenciais como temperatura e pH da
água do aquário.
O acará bandeira é um peixe
relativamtente grande. Alguns chegam a atingir 30 cm de altura desde a ponta da
nadadeira até o fim da nadadeira anal. A longevidade do acará bandeira pode ser
comparada a do acará disco e exemplares bem tratados desde pequenos pode chegar
facilmente aos 6 anos de idade. Isso faz com que o acará bandeira prefira
aquarios grandes, favorecendo assim o seu crescimento. É preferivel não
mante-lo em aquários com menos de 45 litros. O acará bandeira cresce
rapidamente, podendo atingir a fase adulta com oito meses de idade. Dê
preferencia a um aquario alto pois facilita o bom desenvolvimento das
nadadeiras do acará bandeira. O acará bandeira também gosta de aquários
bem plantados com folhas compridas e altas onde às vezes, deposita seus ovos. É
um peixe pacífico, apesar de observarmos de vez em quando algumas brigas entre
bandeiras, isso é um comportamento normal da sua família Ciclidae, e estas
normalmente acontecem por disputa de machos por alguma fêmea. Ou simplesmente
uma disputa territorial. Estas brigas não chegam a machucar nenhum dos
indivíduos. É preciso prestar atenção nestas brigas, pois, isto pode significar
o empenho de algum casal que se formou em seu aquário.
Cuidados
básicos
O aquário
Temperatura
Originário da região norte do
Brasil, ele prefere temperatura alta em torno de 28 graus celcius. Porém é um
peixe bastante resistente a temperaturas mais baixas, podendo conviver
normalmente num aquário comunitário com temperatura de 25 graus. No caso da sua
reprodução, o certo é mantê-la alta afim de estimular a desova e garantir uma
boa eclosão e desenvolvimento dos filhotes. Uma temperatura alta promove um
ciclo de desova curto e uma temperatura de 27 graus faz uma fêmea bem
alimentada desovar a cada 8-15 dias.
Água
O bandeira é muito tolerante com a qualidade da água. Não é exigente com
relação a dureza da água, sua reprodução inclusive, é obtida com sucesso em
vários níveis de dureza. Ele é por natureza originário de água mole com dureza
baixa, por isso aconselhamos freqüente trocas parciais de água afim de se
manter o nível de dureza baixo. Eles adoram esta trocas de água que estimulam o
acasalamento e desova.
pH
No caso do pH é aconselhável que
seja ligeiramente ácido na faixa de 6.5 por suas preferências nativas, sendo
possível mantê-lo também em água de pH neutro e ligeiramente alcalino. Uma “boa
água” deve ter principalmente uma boa biologia, ser cristalina e livre de
amônia, pois o bandeira como a maioria dos peixes é sensível a este elemento
tóxico. Por isso é necessário um bom sistema de filtragem e manutenção da boa
higiene do aquário.
Dimorfismo
sexual
O acará-bandeira possui certas diferenças entre machos
e fêmeas, contrariando certas publicações antigas que o
apontavam sem dimorfismo sexual. Contudo é necessário uma certa experiência e a
distinção dos sexos só pode ser precisa em exemplares juvenis e adultos. Há
algumas regras básicas para assegurar uma boa distinção e definição entre
machos e fêmeas: * analisar somente indivíduos de até 1 ½ para 2 anos de idade,
pois alguns machos velhos superalimentados podem parecer ter óvulos e fêmeas
velhas que já não produzem mais óvulos podem parecer machos provocando certa
dúvida. * fazer a análise sem ter alimentado-os por pelos menos quatro horas. *
peixes que estejam em boa saúde e bem alimentados, pois assim a fêmea se
mostrará cheia de óvulos. Normalmente os machos adultos se mostram bem maiores
que as fêmeas da mesma idade, possuem às vezes a formação de um pequeno galo na
testa, e são mais coloridos em algumas variedades. As fêmeas são normalmente
mais gordas por causa dos óvulos, possuem o ovopositor( tubulo por onde sai os
óvulos) mais proeminete, mais grosso e comprido. O macho possui orificio mais
fino e bicudo. Mesmo com essas dicas, não estamos livres de algum erro de
identificação, já que o acará-bandeira não possui grandes diferenças sexuais
como por exemplo, o lebiste na qual os machos possuem gonopódio e as fêmeas
não. Para se ter a certeza basta conferir o acasalamento de dois exemplares:
observar quem está colocando os óvulos e quem está aparentemente fertilizando.
Neste ponto já é identificado uma fêmea e a confirmação do outro exemplar de
ser um macho está no nascimento dos alevinos que ocorre em seguida.
Alimentação
O Acará-bandeira,
por ser omnívoro aceita qualquer tipo de alimento, seja ele
seco ou vivo. Ele pode ser condicionado a um determinado tipo de alimento ,
porém o mais indicado é que haja uma boa variabilidade em sua dieta. Ele aceita
de tudo: alimento industrializado em flocos, alimentos congelados como artemia,
bloodworms, e patê de coração de boi com espinafre, cenoura e vitaminas,
tubifex desidratado, alimentos vivos como artemias, tubifex, daphineas, larva
de mosquito, bloodworms, e outros. Uma boa dieta com uma alimentação em flocos
pela manhã e outra a base de alimento vivo ao entardecer é o suficiente para
uma boa manutenção de seus bandeiras adultos. Para os bandeiras jovens de três
a quatro meses é aconselhável mais que duas porções de alimento por dia. Eles
estão numa fase de crescimento e necessitam de grandes quantidade de proteínas,
fibras e vitaminas para atingir um bom tamanho de corpo, nadadeiras firmes e
boa coloração. A alimentação dos filhotes recém-nascido será abordado mais
adiante no item reprodução. A porção de alimento deve ser dada para que seus
peixes a comam em no mínimo 10 minutos. O excesso de alimento deve ser sifonado
após duas horas, para que não apodreça e polua a água do seu aquário. É melhor
sempre alimentar seus peixes com pequenas porções várias vezes por dia, do que
grandes porções uma ou duas vezes por dia. Hoje em dia 2003, temos a disposição
uma variedade de alimentação industrializada que supera qualquer alimento vivo
disponível. Elas podem variar deacordo com o tipo sendo a base de crustáceos,
vegetais, com alto ou baixo teor de proteína, com omega 3, e assim por diante.
Hoje posso com certeza recomendar que os nossos peixes sejam alimentado somente
com ração, como fazemos com os nossos cães e gatos orientados pelos nossos
veterinários.
Reprodução
O acará
bandeira é um dos peixes ovíparos de água doce de mais fácil reprodução
em aquário. Necessitam de algumas condições básicas para o
sucesso.
Reprodução – as matrizes – um bom
aquário, matrizes bem alimentadas, boa temperatura e qualidade de água. Para
iniciar a reprodução é preciso conseguir um bom casal. Algumas lojas de aquário
vendem casais formados, e este pode ser um bom começo. Outra forma boa também é
o de selecionar uma dúzia de pequenos bandeirinhas, que num período de 6 meses,
e bons cuidados possuem grande possibilidade de formar um belíssimo casal. Os
bandeiras podem ser adquiridos numa boa loja de sua confiança. Os bandeirinhas
a serem escolhidos devem estar bem abertos, e nunca com as nadadeiras fechadas
que indicam a presença de oodinium, praga muito comum, perigosa e contagiosa.
Devem sempre apresentar bom apetite e boa coloração.
Reprodução – o aquário – Para
favorecer a formação do casal o aquário deve ser o maior possível. Para doze
bandeiras um aquário de 200 litros é o suficiente. Ele deve possuir uma boa
filtragem externa da água, iluminação, temperatura 28-29 ºC e pH 6.8 da água,
deve possuir pedras, troncos ou plantas de folha larga onde os bandeiras gostam
de desovar. Eles normalmente preferem objetos verticais como tubos e até a
parede do vidro do aquário. Após vários anos de experiência com
acará-bandeiras, conclui que se um casal está com vontade de acasalar e
desovar, este pode ocorrer em qualquer lugar, seja ele na folha larga de uma
planta, numa pedra, na parte de um tronco, no tubo do filtro biológico, no
vidro do aquário, e até na mangueira de ar.
Reprodução – o acasalamento –
Crescidos, os bandeiras, com 7-8 meses de idade, dependendo da sua alimentação
estão aptos a acasalar. Neste momento é possível vermos algumas brigas por
território, ou companheiro. Quando um casal se formar, este se empenharão em
defender um pequeno canto do aquário para a desova. Neste momento é hora de se
tomar uma decisão. Tirar o resto dos peixes, deixando o casal neste aquário, ou
transferir o jovem casal para um aquário especialmente montado para eles. Uma
vez sozinhos, eles escolherão o local da desova, que normalmente é um objeto
vertical, e ficarão se preparando o para o ritual da desova. É possível vê-los
limpando um local por uma manhã inteira. Usando a boca eles procuram retirar
qualquer sujeira, algas ou microorganismos para fazer a postura. É possível
avistar também o ovopositor da fêmea já bem protuberante, em sinal da vontade
de desovar. Num dado momento a fêmea começa deslizar a “barriga”, encostando o
ovopositor no local escolhido e deixando pequenas fileiras de óvulos. O macho
logo desliza com o mesmo movimento fertilizando-os em seguida. Alguns destes
movimentos inicias são falsos e a fêmea desliza sem deixar nenhum ovo, mas após
algumas repetições as fileiras de ovos começam a aparecer até atingir um total
de 200 a 300 ovos, que são fertilizados pelo macho. Casais maiores e mais
velhos podem gerar posturas que variam de 800 a 1000 ovos de uma só vez. Este
ritual pode levar até 2 horas. Terminando, eles começam a abanar os ovos com as
nadadeiras peitorais, oxigenando-os e retirando alguns ovos que fungam.
Tornando-se brancos aqueles que não tenham sido fecundado. Eles ficam
protegendo e limpando os ovos até se dar a eclosão, tempo que pode demorar até
48 horas dependendo da temperatura da água. Alguns casais novos e inexperientes
podem devorar seus ovos no final do dia, ou ao se apagar a luz para o dia
seguinte, por temerem algum perigo. Isto pode ocorrer até a terceira desova, o
que é normal.
Reprodução – o nascimento – No
final de 48 horas é possível ver os pequenos ovos embrionados, e apartir desta
hora eles começam e eclodir. Uma pequena cauda rompe a membrana e logo forma-se
um emaranhado de “rabinhos” grudados e tremendo como que se quisessem nadar. O
zelo dos pais pelos alevinos continua até mais ou menos o 7º dia, quando eles
começam a ensaiar as pequenas “aventuras” pelo aquário. Os pais tratam logo de
manter a prole unida num “bolo” de alevinos em algum canto do aquário,
protegendo às vezes com certa agressividade. Os pais catam com a boca os
pequenos alevinos que se separam do grupo e procuram mantê-los unidos. A
pequena nuvem de alevinos rodeados pelo casal formam no aquário uma cena
fantástica, premiando o aquarista com uma satisfação enorme, resultado de tanto
cuidado, paciência e dedicação. A maioria dos criadores profissionais separam
os ovos logo que os machos terminam de fertilizar e fazem a eclosão
artificialmente. No caso do aquarista recomendo deixar que os pais cuidem dos
filhotes. Isto porque acho o passeio dos filhotes com os pais um dos
espetaculos mais lindos do aquarismo e porque caso você não seja um criador
profissional e não tenha espaço para tantos peixes, caso os ovos sejam
retirados o casal poderá logo se preparar para outra postura.
Reprodução – alimento dos alevinos
-Nesta hora é preciso começar a alimentar os pequeninos alevinos. Eles podem
ser alimentados com microvermes, ração líquida para ovíparos, gema de ovo em
pó, mas o mais indicado que tem melhores resultado é os náuplios recém-nascidos
de artêmia salina. Os cisto(ovos) de artêmia são encontrados nas principais
lojas de aquário, são então colocados em água salgada com aeração para sua
eclosão e após esta, coados numa peneira e colocados para o alevinos. A
primeira vista, pode parecer uma fonte alimentar um pouco complicada para o
aquarista, porém com uma pequena orientação do lojista, ela se torna simples e
mais adequada à prole de ovíparos. Os náuplios de artemia salina são usados
pela maioria dos grandes criadores do mundo inteiro, pois promovem um
crescimento espetacular aos filhotes, fazendo-os dobrar de tamanho a cada
semana. Nas primeiras semanas é preciso alimentá-los no mínimo três vezes ao
dia, sem no entanto deixar sobrar comida no aquário. Isto pode ser perigoso, pois
o excesso de alimento pode apodrecer a água e elevar a taxa de amônia, causando
a morte dos pequenos filhotes. O alimento deve ser dado aos poucos e com uma
lupa pode se observar a pequena barriga redonda com uma cor alaranjada, dada
pela ingestão das artêmia. O excesso de alimento deve ser sifonado ao fim de 30
minutos com uma pequena mangueira de ar.
Reprodução – a separação – Os
pequenos filhotes crescem rapidamente e se forem bem alimentados, ao final de
30 dias já se parecem com os pais com mais ou menos 1,5 cm de diâmetro de
corpo. Formam um belo cardume de “estrelinhas”, e podem ser transferidos com
segurança para um outro aquário, deixando os pais novamente livres para uma
nova desova. A mudança dos filhotes para um outro aquário deve ser feita com um
certo cuidado: transfira pelo menos 50% da água do aquário do casal na qual
eles estavam, para o novo aquário, para diminuir o choque da mudança e para
auxiliar na formação da biologia deste aquário. Os outros 50% devem ser
completados com uma água sem cloro, um pH neutro e de preferência com a mesma
temperatura. Apartir daí, devem ser feitas trocas parciais semanalmente afim de
manter o bom crescimento dos filhotes e manter a boa higiene do aquário. No fim
do primeiro mês, com os filhotes já maiores, podemos iniciar a introduzir
outros tipos de alimentação a base de flocos industrializados de alta
qualidade. Estes alimentos secos devem possuir no mínimo 40% de proteínas em
sua composição para a promoção de um bom crescimento, nesta fase muito importante
dos pequenos bandeiras que vai até os 4 meses de idade. Outro fator importante
é o número de filhotes por aquário. A super população causa um abaixamento
rápido do pH causado pelas excreção dos peixes, portanto uma maior freqüência
na troca de água deve ajudar a manter uma água limpa e saudável. Devemos manter
a proporção de no mínimo 1 litro de água para cada peixe pequeno. Portanto se a
ninhada for grande é preciso que ela seja dividida em vários outros aquários
para não superlotarmos o mesmo, causando um atraso no crescimento dos filhotes
e o aparecimento de alguma doença provocado pela baixa qualidade da água. A
reprodução dos bandeiras é incrível mas só deve ser tentada por aquaristas que
possuam mais espaço e disponibilidade de aquários grandes, pois do contrário,
poderá ocorrer uma super população e como conseqüência uma grande quantidade de
bandeirinhas com nadadeiras atrofiadas e corpo encruado.